Hoje, o clima amanheceu gostoso
Cheirinho de chuva e de terra molhada
Levantei cedo e saí volteando pelos arredores da casa
Observando cada detalhe
Onde moro, ainda há o ar puro da natureza
Os pássaros gorjeiam alegremente
O homem do campo ainda cultiva a terra
Nos finais de tarde, o chocalho toca no recolher do gado
A cidade cresce, mudando essa linda paisagem natural
Casarões enormes tomam o espaço
Mesmo assim, aqui, entre a Vazante e sítio Ronca, há
natureza
Há um quê coisa natural, de roça, de sertão
Me encontro com o Riacho do Machado
Está seco. O leito tomado por uma fina vegetação
Casas muito próximas são sinais de sua agonia
Sofrimento imposto pelo crescimento urbanístico da cidade
As águas que desciam caudalosas no seu leito e por aqui
passavam
Foram barradas pelo Olho D’água para abastecer a população
É de serventia salutar ao povo varzealegrense
Mas, fica a saudade de suas cheias primorosas a encantar
A serra ao fundo, a carnaubeira, o cavalo se alimentando da
relva
A gota d’água brilhante em contraste do verde do capim
O homem sertanejo sempre esperançoso trabalhando a terra
Tudo que nos alegra, vi hoje cedo no meu lugar.
Marcos Filho