Num mundo tão desumano, um
gesto normal, solidário vira centro das atenções. O comum é estranho.
O ex-presidente Fernando
Henrique, foi consolado em 2008 pelo então presidente Lula depois do
falecimento de sua esposa, Ruth Cardoso.
Fernando Henrique, foi ao
ex-presidente Lula, consola-lo pela perda de sua esposa, Dona Marisa Letícia.
O presidente Temer, foi
consolar o Lula, num gesto de solidariedade humana pela perda de sua esposa.
Todos esses gestos, tão comuns
em situação de luto, parecem extraordinários e inimagináveis, pois os
personagens não estão em sintonia política. Que coisa estranha é essa que passa
pela cabeça de tantos?
Para muitos é como se um
adversário político não merecesse, nem no seu maior momento de dor,
solidariedade, abraço e acolhida.
Triste ainda mais com os radicais,
que fazem da morte de um ser humano, só por não pertencer ao universo de suas
mesmas ideias políticas, algo desprezível. É como se a morte, para estes não
alinhados, seja castigo para o inimigo e prêmio para suas mentes vazias.
Diante de tanta insensibilidade,
convém perguntar: ainda somos humanos ou apenas animais travestidos de seres
humanos?
Nossas atitudes ignorantes,
intolerantes, brutas são contra os princípios da humanidade e sua constante
evolução.
Crescemos muito em
conhecimento, tecnologia e perdemos nossas almas na ignorância de um mundo tão
moderno e tão atrasado.
Essa nossa forma isolada de
viver, escondidos atrás de máquinas frias, onde vemos tantas pessoas, mas não
as tocamos, não conversamos olhando no olho está nos atrasando.
É uma pena perceber que o que
nos faz avançar rumo a tantas descobertas boas, também nos empurre para o
isolacionismo e crie essa frieza nos nossos corações.
Estamos ganhando o mundo e nos
perdendo como humanos.
Temos que rever essa
tendência. Como num erro cometido, é necessário voltar ao ponto onde a falha
aconteceu para corrigir o sistema.
Precisamos urgentemente
investir mais na humanidade. Não podemos nos perder, haja vista sermos pessoas
criadas do amor e para o amor de Deus.
Não nos calemos e não
esfriemos nossos corações. Quando um abraço de solidariedade é algo tão
estranho, quando deveria ser tão comum, é porque realmente estamos próximos e
distantes.
Trabalhemos e lutemos por mais
abraços entre amigos, por mais solidariedade, por mais espírito humano e por
mais Deus em nossas vidas.
Marcos Filho