Na cidade de Várzea Alegre, a
composição da Câmara Municipal conta com treze vereadores.
Nestas eleições de 2016, cinco
parlamentares não concorreram à reeleição, sendo que dois deles, saíram como
candidatos a vice-prefeitos – Luiz do Conselho (PRB), compôs com o candidato
derrotado Homero Fiúza (SD), e Dr. Fabrício (PV), venceu a eleição na chapa com
Zé Helder (PMDB).
Motivos outros levaram figuras
tarimbadas na política, como Galego de Celso, Antônio Sebastião e Chico
Clementino a desistirem da disputa neste ano.
E dos veteranos que partiram
para a disputa, a maioria amargou a decepção das urnas, com a população dizendo
não à renovação de seus mandatos.
Até mesmo aqueles carregavam
algum grau de certeza de que teriam o apoio do voto popular para voltar à
Câmara foram surpreendidos com a revelação das urnas.
E a disputa pelo cargo de
vereador na cidade de Várzea Alegre não foi fácil. Nada menos que 46 candidatos
disputaram as 13 vagas, com uma média de 3,53 candidatos por uma vaga. Uma
concorrência acirrada.
Neste meio, nesta luta, entre
velhos e novos nomes, pessoas de diferentes acepções políticas, classe
profissional e nível de instrução – Professor, engenheiro, médico, jornalista,
políticos de carreira, advogados, semianalfabeto, entre outros.
Um fato concreto é que, nesse
bolo todo, pouca gente escapou. O povo levou para as urnas e emplacará na
Câmara Municipal de Vereadores a partir de primeiro de janeiro de 2017, 11
novatos, reconduziu um veterano e deu a oportunidade do segundo mandato para
uma vereadora remanescente da atual composição legislativa.
O recado das urnas pela
renovação, deixou um certo sentimento de desgosto para alguns veteranos que se
debruçam em pensamentos, tentando entender o quadro.
Seria mesmo o desejo pela
renovação? Ou seria o desgaste da classe política? Ou ainda o desprestígio do
vereador? Ou seria a confusão de papeis que o eleitor faz quando pede ao
vereador e não é atendido, pois não é sua função executar, mas legislar,
apresentar propostas, torcer para que o executivo faça e fiscalizar as ações do
poder executivo? As indagações são muitas e cada um se encaixa em situações
diversas.
Pode ser, que depois de muita
reflexão, cada um que concorreu e ficou sem mandato, encontre sua própria
explicação para o fenômeno das urnas nestas eleições e decidam corrigir as
rotas que os aproximem novamente dos eleitores e do sucesso nas urnas.
Os novatos já devem estar atentos
a esse recado. Por essa razão, devem planejar o mandato em cima de propostas e
não apenas ir à Câmara para o enfrentamento desgastante entre oposição e
situação, com a máxima definida pela seguinte tarja: Se o meu grupo erra
defendo o erro, se acerta enalteço o acerto; se o grupo opositor acerta, para
mim está errado e se erra está mesmo condenado.
A perda de tempo com as
querelas políticas atrasa o progresso das questões que de fato são importantes
para a cidade e isso o cidadão já notou.
O vereador é uma figura
pública com um mandato de quatro anos para mostrar ao povo que sua função vai
além de indicar nomes de ruas ou títulos de cidadania. O vereador deve
valorizar sua função, seu cargo, a Câmara e os colegas.
O vereador é o agente entre o
povo e o prefeito, trabalhando suas causas comunitárias, solucionando os problemas
do conjunto da população. Vai além. É o vereador os olhos do cidadão na
aplicação dos recursos públicos, não permitindo que o cidadão seja lesado e
tenha o patrimônio público prejuízo e o povo amargue a desgraça da falta de
desenvolvimento da cidade e assistência ao cidadão.
Para o cidadão consciente, o
vereador é tão, ou mais importante que o prefeito, dada a sua proximidade com o
povo e seus problemas, sendo carreador das soluções, mesmo estando a caneta e autoridade
para executar a ação nas mãos do prefeito.
O vereador é elemento social
dos mais importantes e, percebendo sua influência no conjunto das
transformações sociais, deve sair da mesmice e trabalhar, não apenas ao lado de
um partido ou de um grupo político, mas ao lado do povo, dono do seu mandato, e
por extensão dos mandatos do prefeito e do vice-prefeito.
Não deve ainda, o vereador
buscar o isolamento, achando que a independência, o faz forte. Quem fortalece o
parlamentar é o povo, são as boas ideias do grupo e o trabalho de interdependência
que o faz homem urbano e social.
Marcos Filho