quinta-feira, 8 de setembro de 2016

É nossa realidade



Hoje é mais um 7 de setembro. De 1822 até aqui, já se vão 194 anos. São quase dois séculos da independência do Brasil do regime de Portugal.

Não quero falar sobre o grito do Ipiranga. Nem mesmo sobre o ato de Dom Pedro I que resolveu ficar no Brasil.

Minha dor é pela minha pátria. Meu país sangra todos dias pela covardia daqueles que o exploram como sempre. Historicamente, somos um país espoliado.

Nosso ouro, nossas matas, nossa rica biodiversidade nos são tirados desde o Brasil Colonial.
Continuamos sendo peça de consumo sem retorno. Somos explorados por estrangeiros e por gananciosos da nossa própria nação.

Nosso país é traído todos os dias. Levam nossa riqueza e deixam como legado a pobreza que se multiplica em filas nos hospitais, em escolas sucateadas, em carcaças humanas desprovidas de assistência eficaz, senão àquela que aprisiona pelas barrigas vazias.

A minha dor é enxergar os brasis do Brasil com tanta injustiça social. País tão gigante, tão rico e tão pobre. Tanto contraste existe em nossa terra.

Temos mendigos aos montes. Zumbis aos milhares levados pelas drogas. Pessoas acéfalas na rede mundial comentando nada. Cabeças vazias. Um milhão de curtidas para uma piada sem graça e desnecessária e uma curtida a um texto de conteúdo. Nossa realidade de fraco conhecimento e de pouca cultura.

Somos um país de aldeias. Aldeias no Norte, no Nordeste, no Sul, no Sudeste, Centro Oeste.

Minha dor é por ver, e cada vez mais presente, os despropósitos daqueles que nos governam. Sabem que somos sempre massa de manobra. Pouco importa, senão o nosso voto, em época de eleição. Voto, que nós, usamos quase sempre de forma inconsciente.

Votando como lotes. Vendidos por chefetes políticos. Sustentamos a riqueza dos nossos chefes com a pobreza dos nossos ideais.

Tiramos da boca dos nossos filhos para alimentar os palácios das lideranças corruptas do nosso país e ainda agradecemos pela nossa miséria.

Somos um país democrático e de uma democracia subaproveitada. Maculamos os nomes daqueles que sacrificaram suas vidas por essa desejada democracia que não sabemos o que fazer com ela.

Continuamos assistindo o poder mandar em nós. Assim como os escravos de outrora, obedecemos, sob pena de irmos aos troncos e levar as chibatas.

Somos uma nação que não tem noção dos seus direitos, que nunca leu a constituição, que não canta o hino nacional porque não sabe.

Ainda pensamos com os pés e não com a cabeça, numa ideia ultrapassada de país do futebol, que já não tem lá essa qualidade toda.

Enquanto o mundo vive o conhecimento e a tecnologia, nós vivemos a ilusão do que vem de fora apenas como encanto. É como se não tivéssemos a capacidade de criar, de gerenciar e de governar o que é nosso.

Precisamos urgentemente dizer a nós mesmos como nação: Também queremos conhecimento e tecnologia. Também temos opinião. Também somos livres e independentes. Mas, talvez isso leve mais dois séculos para alcançarmos. É nossa realidade.

Enquanto isso, não percamos a esperança. Continuemos buscando por nossas transformações sociais. Mesmo a luta das minorias, poderá um dia, criar efeitos que salvem o futuro do nosso país.
Salve o Brasil. Salve a esperança. Salve o 7 de setembro.
Marcos Filho.


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